3 passos sobre como definir critérios de aceitação de uma balança

como definir critérios de aceitação de uma balança
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A garantia da qualidade de um processo ou serviço é assegurada quando são respeitados parâmetros preestabelecidos. Com os instrumentos de pesagem não é diferente, sendo preciso, portanto, saber como definir critérios de aceitação de uma balança.

Nesse sentido, faz-se necessária a adoção de especificações que permitam avaliar o resultado de uma calibração, ou verificação, para decidir se o equipamento está habilitado para o uso.

A escolha desses critérios leva em consideração alguns aspectos da balança, por exemplo, o seu destino de uso e o seu erro máximo permitido. Dessa forma, queremos neste texto apresentar a você alguns passos para a determinação desses critérios. Boa leitura!

1. Calcule o erro máximo permitido de uma balança

O método mais simples e direto para determinar o critério de aceitação de uma balança é defini-lo como sendo o erro máximo permitido para a balança, estabelecido na Portaria Inmetro 157/22 que revogou a Portaria 236/94. 

A definição desse erro considera a classe de exatidão da balança, tendo em vista que os erros máximos possíveis variam de acordo com cada uma. São elas: I (Fina), II (Especial), III (Média) e IIII (Ordinária).

Além das classes de exatidão, definidas na Portaria Inmetro 157/22, é necessário levar em conta as informações da carga máxima da balança, carga mínima, valor de divisão de verificação. Esses dados devem ser fornecidos pelo fabricante do instrumento e usados de acordo com a Tabela 5 da referida Portaria do Inmetro.

Nota: Os erros máximos admissíveis para inspeção em serviço (supervisão metrológica) são iguais ao dobro dos erros máximos admissíveis nas verificações.

  • Verificação inicial: é a verificação realizada pelo IPEM ou o próprio INMETRO, em balanças novas, nas instalações do fabricante.
  • Verificação subsequente: é a verificação realizada pelo IPEM ou o próprio INMETRO, após as balanças serem colocadas em uso, nas instalações do proprietário da balança.
  • Verificação em serviço: é a verificação do IPEM ou do próprio INMETRO, baseado em denúncia ou fiscalização de rotina, nas instalações do proprietário da balança.

Para ilustrar esse passo, usemos como exemplo hipotético uma balança de classe II, com divisão de verificação e= 0,1 g, com respectivas resolução e carga máxima 0,01 g e 5000 g. Nessas circunstâncias o erro máximo admissível na verificação subsequente em cada faixa será:

  • No intervalo de 0 g < m ≤ 500 g, será de +/- 0,05 g
  • No intervalo de 500 g < m ≤ 2000 g, será de +/- 0,10 g
  • No intervalo de 2000 g < m ≤ 10000 g, será de +/- 0,15 g

Já na inspeção em serviço (supervisão metrológica), será o dobro dos erros máximos admissíveis nas verificações subsequentes.

  • No intervalo de 0 g < m ≤ 500 g, será de +/- 0,1 g
  • No intervalo de 500 g < m ≤ 2000 g, será de +/- 0,2 g
  • No intervalo de 2000 g < m ≤ 10000 g, será de +/- 0,3 g

Assim, se o erro na balança não estiver dentro do estabelecido, significa que ela não fornece um resultado confiável, necessitando de reparos. Com isso, além de identificar se as medidas são confiáveis, adequa-se o instrumento às normas vigentes.

2. Faça uma análise de criticidade dos processos de pesagem

A análise de criticidade é um indicador que irá te ajudar a identificar quais os riscos e impactos estratégicos que cada processo de pesagem tem no seu negócio. Com isso, você conseguirá definir quais as tolerâncias aceitáveis para cada processo e consequentemente escolher a balança adequada à tolerância do processo utilizado. Veja no item 3 como verificar a adequação da balança ao processo.

3. Verifique a adequação da balança à tolerância do processo

Esse é um importante aspecto a ser examinado que informa se um instrumento é conveniente para um certo processo ou serviço. Por isso, é crucial verificar no manual da balança se as especificações e dados metrológicos atendem às suas necessidades.

Como regra geral, num processo de medição, o padrão deve ter um erro máximo de, no mínimo 1/3 do objeto a ser medido. Por exemplo, num processo de pesagem de determinado reagente, é estabelecido que na faixa de 1.000 g, a tolerância é ± 10 g. Neste caso, sua balança, nesta faixa (1.000 g), deve apresentar no máximo, um erro admissível de 3 g (aprox. 1/3 de 10 g).

Para você ter uma ideia mais clara sobre como funciona esse passo, tome como exemplo os procedimentos de uma pesagem industrial, onde a tolerância de erro é maior do que a de processos de pesagem de reagentes químicos.

Cabe destacar aqui, que a opção pelo tipo de balança considera pontos como resistência, precisão e capacidade. Isso impacta no EMP e, consequentemente, na exatidão do valor fornecido pelo aparelho.

Esses passos vão ajudá-lo a como definir critérios de aceitação de uma balança. Afinal, eles consideram aspectos como a singularidade de cada processo, assim como o atendimento às principais normas vigentes. Garantindo, dessa maneira, a qualidade do produto final.

Assim como a você, este texto pode ajudar a outros na hora de estabelecer os critérios de aceitação. Então não deixe de compartilhá-lo em suas redes sociais para que outros conheçam essas dicas. Até mais!

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